A nossa família… Alguns pacientes apresentam a queixa de não serem compreendidos pelos familiares. É muito comum, mesmo durante o período de tratamento, mas principalmente após o término, que as pacientes se refiram a não compreensão das pessoas por ainda não conseguirem voltar ao “normal”. Esse “normal” é, na verdade, muito relativo. Apenas quem vivencia ou vivenciou o processo de ter câncer e passar por TUDO que envolve isso, pode dizer realmente como se sente mesmo que para quem está “de fora” pareça não haver mais razão para sentir medo, ansiedade, tristeza e ter dificuldade de realizar as mesmas atividades como antes de adoecer. “Você já pode voltar ao trabalho”; “Já está na hora de voltar a sair”; “Não tem mais motivo para essa tristeza”. Sério?!!
Precisamos mesmo parar para ouvir, se interessar por aquilo que a pessoa sente e não apenas aquilo que nossos olhos enxergam. Nem sempre é fácil voltar a uma rotina como a que vivia antes. Isso leva tempo e algumas vezes não volta da mesma maneira. Coisas aconteceram durante o processo, principalmente na visão de vida que a paciente tem ou deixou de ter. As mudanças podem ser positivas, mas também pode existir a necessidade de ajuda para que essa paciente consiga retomar sua vida e reaver as suas próprias “rédeas”. Sejamos empáticos e tenhamos compaixão, pois assim conseguiremos efetivamente ajudar quem precisa.
A família do paciente muitas vezes sofre e sente as mesmas emoções de quem está doente. Outras vezes, alguns familiares podem até apresentar um quadro psíquico mais vulnerável que o próprio paciente. Dessa forma, acolher a família faz parte de todo acompanhamento que se realiza no processo de tratamento do câncer. A presença e participação dessa família deve sempre ser solicitada, mas estar atento à maneira como cada um reage e lida com a situação de ver alguém que ama passando pelo tratamento do câncer nem sempre é algo que consiga conviver com a tranquilidade e equilíbrio emocional necessários. Então, a equipe deve estar atenta e preparada para receber os familiares com a mesma sensibilidade, compreensão e dar o direcionamento e encaminhamento corretos, caso perceba a necessidade que essas pessoas também apresentem de receber auxílio e acompanhamento psicológico.
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